As palavras me faltam.
Mas eu não as culpo. Elas foram feitas parar servir a comunicação e não necessariamente para traduzir fisgadas, reflexos involuntários ou filetes de pensamentos carregados de expectativas, de ilusões. Se ainda fosse da minha vontade compartilhar tudo isso, poderia reclamar, com razão. Mas pra quê nomear o que está fadado ao meu - e apenas meu - infinito particular? Elas têm razão.
Talvez nem seja questão de acerto, mas sim de nobreza. De repente elas não se deixam apanhar pelo meu puçá nervoso por reconhecerem sua pequenez diante dos sentimentos. Talvez saibam que, se utilizadas, poderiam diminuir o tamanho ou simplesmente não alcançariam a importância das coisas ainda sem nome.
Seja como for, vejo como crueldade essa mania de me deixar impotente diante do papel em branco. Eu juro que me satisfaria se bem pouco, se qualquer fração do que eu sinto se desprendesse de mim e se tornasse visível por meio do ordenamento das letras. O medo me seria tirado e meu sono, restaurado.
Meias palavras me bastariam.
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