domingo, 28 de março de 2010

21


Durante muito tempo cedi cada artéria e veia do meu coração. P'ra ser sincera, já nem chamava-o de "meu"; não me sentia mais nesse direito. Aí, então, para meu espanto, ele voltou p'ra mim. Obrigado, mas voltou. Claro que não era o mesmo: havia ganhado algumas feridas - que não apresentavam sinais de cicatrização - e seu ritmo de batidas foi drásticamente reduzido. Mas estava lá, apesar dos pesares, in-tei-ri-nho e to-do meu ! E não, isso não me fez bem como o imaginado. Hoje vejo que só fazia, se muito, questão de metade dele: a perda da outra teria se dado por causas nobres, seria honrosa, tornaria-me mais humana e traria maior felicidade a longo prazo, especialmente se conseguisse regenerá-la e perdê-la outra(s) vez(es).

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