sexta-feira, 13 de agosto de 2010

28


Era um desses dias em que nada do mundo exterior sofre mudanças, qualquer que seja, mas que por dentro você se sente em constante ebulição: os sentimentos, pensamentos, lembranças e as tão perigosas associações parecem estar borbulhando, efervescentes e imponentes. E, talvez em busca de um escapismo para esse mentalbolismo intenso, me pus cedo na cama. Agonizei um pouco. Virava de um lado para o outro, balançava freneticamente os pés. Não estava leve o suficiente. Então, pensei em escrever, mas sabia que as palavras não se fariam fiés daquela vez. Mesmo assim, peguei meu caderno e meu lápis. Coloquei-os ao meu lado, na cama, na altura de meus olhos e fiquei ali, namorando aquele par de objetos até cair no sono.

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