segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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E foi isso que este tão impiedoso tempo me fez: condenou-me a ver teu rosto lívido e desesperadamente nítido, todos os dias; e perceba: sem que seja preciso fechar os olhos. Acostumou-me a ouvir a tua riasada rouca e tão despretenciosa que, quando somada à tua voz, canta os sonhos teus (que mais parecem os meus!). Obrigou-me a sentir (e como sinto!) o teu indiscreto e também tímido olhar me perseguindo, me devorando. Olhar este que parece ter sido plagiado durante um dos incontáveis momentos em que esqueço, ou não faço questão, de esconder meu maior anseio. Torne-o teu !

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